Atualizado em 14.07.2019.
Existem relatos da presença do povo Payayá de Cachoeira, no recôncavo baiano, até a região da Chapada Diamantina e o rio São Francisco. Existem relatos da sua presença no município Cristinápolis - Sergipe e em San Antonio - Texas (Estados Unidos).
Roubaram as terras, os minérios destruiram as famílias Payayá enquanto os remanescentes sobrevivem na pobreza.
Alguns pesquisadores, talvez, mal fundamentados dizem que Payayá e Maracá são dois povos. Outros defendem que é um povo só. O antropólogo "OTT (1958) que salienta, em sua obra Pré-História da Bahia, que os Payaya eram, na verdade
"[...] os Maracá, que 1586, já são mencionados. [...] Ocupavam o vale do Paraguassu, a serra do Sincorá, [...] ora Paiaia, ou ainda Maracanassu, o que significa a grande nação dos Maracá. Geralmente os índios residentes ao sul do Paraguassu eram denominados Maracá, sendo os que habitavam ao norte deste rio mais comumente desginados por Payayá. (OTT, 1958, p. 19)"
(...) os que devemos buscar conhecer são os indígenas habitantes históricos do lugar: os Payayá, Que MORAES FILHO (2002), salienta que [...] Sobre os Payayá é descrita a festa de Eraquidzã ou Varaquidrã e seus pajés Visamus, os rituais funerários antropofágicos, os ornamentos de folhas das mulheres, o costume de depilar completamente o corpo, inclusive sobrancelhas e pestanas, as plumas de muitas cores (MORAES FILHO, 2002)."
ERISVALDO SANTOS SOUZA. MUSEU VIRTUAL DA BATA DO FEIJÃO: DA ROÇA PARA A ESCOLA. Uneb, 2017.
Nesta citação de OTT fica evidente que para ele Payayá e Maracá é um povo só. Se dividiram a partir da obra dele fizeram uma interpretação equivocada. Ele argumenta que, talvez, este povo recebe "pseudodenominações" apenas por causa da região que vive.
Existe muita confusão nas pesquisas sobre os povos nativos. Principalmente por não existir obras escritas pelos próprios povos nativos. Os brancos deram a interpretação conforme os próprios interesses. Tudo precisa ser analisado com cuidado e minúcia.
Mais detalhes sobre Payayá: clique aqui
O IBGE vem confundindo etnia com cor. Eu ascendo de um povo (Payayá) e não da tonalidade de cor.
Ó Payayá
Sangue de tatu
Manda na Chapada
e guerreia no Paraguassu
Mais detalhes clique em - Índios Payayás: a Civilização Milenar do Recôncavo Baiano à Chapada Diamantina e suas Influências na Atualidade – Parte I
A origem do cidadão de bem brasileiro!!
Roubaram as terras, destruíram as matas, escravizaram, mataram os "índios" homens, estupraram as "índias" e dizem que os ascendentes "indígenas" não são "índios" (entre aspa porque aqui não é o país Índia. Ainda Índio é um elemento químico). Usam a bíblia para esconderem suas barbaridades e acusarem os "índios" de selvagens. Já eles que não possuem o sangue de "índio" se acham os verdadeiros donos das terras. Muitos ricos do Brasil atual são herdeiros dos roubos e assassinatos no passado.
A compreensão de "índio" dos brasileiros: Branco misturado com preto mas com pele branca continua branco.
Índio misturado com branco ou preto NÃO É mais "ÍNDIO". Muitos de pele vermelha e com passado "indígena" e não se assumem. Destruíram as florestas e tomaram as terras dos "índio" e dizem que só é "índio" se viver na floresta.
"Somente uma atualização da história pode ajudar os indígena dessa nação. Aqui o povo Indígena Payayá que no séc. XVI ocupava a maior e extensa área territorial do hoje Estado da Bahia, está entre o grupo indígena que sofreu um dos maiores atos criminoso de dizimação e ocultação étnica identitária pelo grupo colonizador que hoje esta apresentado pelos seus ascendentes- as elites. Este povo hoje resiste e apesar de hoje ser representados pelo menor número de familias indígena do estado, os payayå resistem. Espera-se a compreensão e apoio pela luta e a resistência de todos povos indígenas, pela luta e sua subsistência. Juvenal Payaya - Cacique."
O povo Payayá tem caráter e uma bela história. Seus ascendentes que não traem suas origens tem a honra de preservarem sua nobreza: sangue de guerreiros.
A Chapada Diamantina e o Paraguassu são as casas sagradas do povo Payayá. A Chapada e o Paraguassu sem seu povo original perdem sua beleza.
Vamos à retomada de nosso território sangue Payayá. Diáspora (espalhar) forçada do Povo Payayá é parecida a história do povo Judeu: começou na invasão dos brancos em 1500 e continua até hoje.
O povo Payayá foi espalhado e uma parte morta pelos invasores brancos para roubarem as terras. Os ascendentes do povo Payayá vivem espalhados até hoje, sem seu território. Os invasores destruíram os grupos para os perseguidos não encontrarem acolhimento dos parentes. Assim ficariam perdidos sem referência, identidade cultural e misturados com outros povos.
Um povo guerreiro jamais abandona sua história: nossos heróis somos nós mesmos. A nossa História Payayá estar ressurgindo do juntar os pedaços que restaram dos massacres feitos pelos brancos para roubarem as terras, minerais...
Nossos ancestrais sofreram barbaridades, por isso, seria covardia seus ascendentes deixarem a história sumir. Estamos de cabeça erguida e cobramos o que nos roubaram através de mortes, estupros, dores, sofrimentos... A História não sumiu, ela se reinventa e recomeça.
O povo Judeu sofreu essa mesma situação mas se reorganizaram em volta da sua cultura (Bíblia), hoje eles reconquistaram seu território.
O escritor famoso Gregorio de Matos trata da nossa etnia Payayá em sua obra.
"Há coisa como ver um paiaiá
Mui prezado de ser caramuru,
Descendente de sangue de tatu,
Cujo torpe idioma é cobepá.
A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.
A masculina é um Aricobé
Cuja filha Cobé um branco Paí
Dormiu no promontório de Passé.
O branco era um marau, que veio aqui, Ela era uma índia de Maré,
Cobe Pá, Aricobé, Cobé, Paí."
Gregorio de Matos (apud MENDES, 1996,p. 202-3)
Segundo o pesquisador Solon Santos "Nestes versos do soneto satírico “Aos principais da Bahia chamados os Caramurus”, Gregório de Matos (1636-1696) ridiculariza uma figura típica da sociedade baiana seiscentista, os Caramurus, que, de ascendência mestiça, afirmavam serem ascendentes puros de europeus e assumiam os ares de fidalguia. O poeta “Boca do Inferno” os menosprezava por descenderem da união entre índias e brancos, chamando-os inicialmente de paiaiá. A etnia indígena Payayá deu muito que falar durante o século XVII devido à sua resistência armada e dissimulada diante do projeto de colonização. Essa condição de “índios bravos” se infere no próprio soneto de Gregório de Matos, no qual ele usa não apenas um etnônimo, mas uma noção historicamente construída de inconstância, ferocidade e resistência ao “processo colonizador”. "
Os professores e livros escolares não tratam das Guerras do Recôncavo baiano ou Guerras contra os Gentios Bárbaros (os brancos vieram estuprar, roubar e matar mas a história oficial considera as vítimas inocentes de bárbaras).
O escritor Juvenal Payayá faz uma reflexão, fundamentada na Filosofia da Ciência, sobre as ciências no poema "Teorema", da obra "Nheenguera" - O recado. A partir do poema de Juvenal, se deduz que as ciências ensinadas nas escolas e universidades são falhas e não compreendem a realidade da América e em especial do Brasil:
TEOREMA
A confiança,
- como teorema -
Por mais
Certeza adquirida
No postulado
É necessário
A demonstração
Da concisa à clara.
A fé sedutora
É paradoxal:
Difusa e concisa,
Sua embriaguez
Não é explícita.
Ao incrédulo cabe
A tarefa de reconstruir,
Depois da maré alta,
Os passos pela areia.
Juvenal Payayá
"Mais velha que a freguesia de Cachoeira, a freguesia de Santiago do Iguape (hoje distrito de Cachoeira) foi criada nos últimos anos do século XVI com o nome de Paraguaçu. (...) Suas águas férteis atráiam os índios Paiaiás para pescarias até a segunda metade do século XVII. O medo de ataques indígenas está expresso na arquitetura regional mais antiga ( Capela de Nossa Senhora da Pena, por exemplo)."
No recôncavo baiano, os invasores portugueses tiveram primeiro contato com "os índios Maracás, também chamados Paiaiá ou Maracanassu já habitavam o vale quando os primeiros colonizadores, o fidalgo português, Paulo Dias Adorno e Rodrigues Martins, componentes da expedição de Martim Afonso de Souza (que chegou à Bahia em 1531, com a tarefa de estimular o cultivo da cana-de-açúcar), estabeleceram-se às margens do rio Paraguaçu. Aí, Dias Adorno construiu residência, senzala, engenho e a capela de Nossa Senhora do Rosário. Assim surgiu a povoação que se tornaria, um século depois, a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, importante porto fluvial e ponto inicial das estradas para os sertões de Minas Gerais, Piauí e Maranhão e para as lavras diamantinas.
Os engenhos e as fazendas de gado foram surgindo aos poucos e a vila ganhou importância econômica com as culturas do fumo e da cana-de-açúcar, sendo o segundo município instalado no Recôncavo Baiano. A ligação entre o Recôncavo e o sertão unindo duas riquezas, o gado e o ouro, consolidou a importância econômica de Cachoeira."
As tropas da capitania (depois província) da Bahia, que perseguiam os "índios" do recôncavo baiano à Chapada Diamantina, pediram ajuda aos paulistas para conseguirem derrotar e tomarem as terras da região.
Existem relatos da presença do povo Payayá de Cachoeira, no recôncavo baiano, até a região da Chapada Diamantina e o rio São Francisco. Existem relatos da sua presença no município Cristinápolis - Sergipe e em San Antonio - Texas (Estados Unidos).
Roubaram as terras, os minérios destruiram as famílias Payayá enquanto os remanescentes sobrevivem na pobreza.
Alguns pesquisadores, talvez, mal fundamentados dizem que Payayá e Maracá são dois povos. Outros defendem que é um povo só. O antropólogo "OTT (1958) que salienta, em sua obra Pré-História da Bahia, que os Payaya eram, na verdade
"[...] os Maracá, que 1586, já são mencionados. [...] Ocupavam o vale do Paraguassu, a serra do Sincorá, [...] ora Paiaia, ou ainda Maracanassu, o que significa a grande nação dos Maracá. Geralmente os índios residentes ao sul do Paraguassu eram denominados Maracá, sendo os que habitavam ao norte deste rio mais comumente desginados por Payayá. (OTT, 1958, p. 19)"
(...) os que devemos buscar conhecer são os indígenas habitantes históricos do lugar: os Payayá, Que MORAES FILHO (2002), salienta que [...] Sobre os Payayá é descrita a festa de Eraquidzã ou Varaquidrã e seus pajés Visamus, os rituais funerários antropofágicos, os ornamentos de folhas das mulheres, o costume de depilar completamente o corpo, inclusive sobrancelhas e pestanas, as plumas de muitas cores (MORAES FILHO, 2002)."
ERISVALDO SANTOS SOUZA. MUSEU VIRTUAL DA BATA DO FEIJÃO: DA ROÇA PARA A ESCOLA. Uneb, 2017.
Nesta citação de OTT fica evidente que para ele Payayá e Maracá é um povo só. Se dividiram a partir da obra dele fizeram uma interpretação equivocada. Ele argumenta que, talvez, este povo recebe "pseudodenominações" apenas por causa da região que vive.
Existe muita confusão nas pesquisas sobre os povos nativos. Principalmente por não existir obras escritas pelos próprios povos nativos. Os brancos deram a interpretação conforme os próprios interesses. Tudo precisa ser analisado com cuidado e minúcia.
Mais detalhes sobre Payayá: clique aqui
O IBGE vem confundindo etnia com cor. Eu ascendo de um povo (Payayá) e não da tonalidade de cor.
Ó Payayá
Sangue de tatu
Manda na Chapada
e guerreia no Paraguassu
Mais detalhes clique em - Índios Payayás: a Civilização Milenar do Recôncavo Baiano à Chapada Diamantina e suas Influências na Atualidade – Parte I
A origem do cidadão de bem brasileiro!!
Roubaram as terras, destruíram as matas, escravizaram, mataram os "índios" homens, estupraram as "índias" e dizem que os ascendentes "indígenas" não são "índios" (entre aspa porque aqui não é o país Índia. Ainda Índio é um elemento químico). Usam a bíblia para esconderem suas barbaridades e acusarem os "índios" de selvagens. Já eles que não possuem o sangue de "índio" se acham os verdadeiros donos das terras. Muitos ricos do Brasil atual são herdeiros dos roubos e assassinatos no passado.
A compreensão de "índio" dos brasileiros: Branco misturado com preto mas com pele branca continua branco.
Índio misturado com branco ou preto NÃO É mais "ÍNDIO". Muitos de pele vermelha e com passado "indígena" e não se assumem. Destruíram as florestas e tomaram as terras dos "índio" e dizem que só é "índio" se viver na floresta.
Os ascendentes dos "índios" Payayá, por exemplo, continuam vivendo em seu território de origem entre o recôncavo, a Chapada Diamantina até o rio São Francisco. Suas terras foram roubadas dos ancestrais e seus direitos continuam sendo negados pelos governos: federal, estadual e municipais. Abaixo um dos livros do escritor Juvenal Payayá, ascendente do povo Payayá, publicado em 2018. Do Tupy "Nheenguera", significa “O recado”.
"Somente uma atualização da história pode ajudar os indígena dessa nação. Aqui o povo Indígena Payayá que no séc. XVI ocupava a maior e extensa área territorial do hoje Estado da Bahia, está entre o grupo indígena que sofreu um dos maiores atos criminoso de dizimação e ocultação étnica identitária pelo grupo colonizador que hoje esta apresentado pelos seus ascendentes- as elites. Este povo hoje resiste e apesar de hoje ser representados pelo menor número de familias indígena do estado, os payayå resistem. Espera-se a compreensão e apoio pela luta e a resistência de todos povos indígenas, pela luta e sua subsistência. Juvenal Payaya - Cacique."
O povo Payayá tem caráter e uma bela história. Seus ascendentes que não traem suas origens tem a honra de preservarem sua nobreza: sangue de guerreiros.
A Chapada Diamantina e o Paraguassu são as casas sagradas do povo Payayá. A Chapada e o Paraguassu sem seu povo original perdem sua beleza.
Vamos à retomada de nosso território sangue Payayá. Diáspora (espalhar) forçada do Povo Payayá é parecida a história do povo Judeu: começou na invasão dos brancos em 1500 e continua até hoje.
O povo Payayá foi espalhado e uma parte morta pelos invasores brancos para roubarem as terras. Os ascendentes do povo Payayá vivem espalhados até hoje, sem seu território. Os invasores destruíram os grupos para os perseguidos não encontrarem acolhimento dos parentes. Assim ficariam perdidos sem referência, identidade cultural e misturados com outros povos.
Um povo guerreiro jamais abandona sua história: nossos heróis somos nós mesmos. A nossa História Payayá estar ressurgindo do juntar os pedaços que restaram dos massacres feitos pelos brancos para roubarem as terras, minerais...
Nossos ancestrais sofreram barbaridades, por isso, seria covardia seus ascendentes deixarem a história sumir. Estamos de cabeça erguida e cobramos o que nos roubaram através de mortes, estupros, dores, sofrimentos... A História não sumiu, ela se reinventa e recomeça.
O povo Judeu sofreu essa mesma situação mas se reorganizaram em volta da sua cultura (Bíblia), hoje eles reconquistaram seu território.
O escritor famoso Gregorio de Matos trata da nossa etnia Payayá em sua obra.
"Há coisa como ver um paiaiá
Mui prezado de ser caramuru,
Descendente de sangue de tatu,
Cujo torpe idioma é cobepá.
A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.
A masculina é um Aricobé
Cuja filha Cobé um branco Paí
Dormiu no promontório de Passé.
O branco era um marau, que veio aqui, Ela era uma índia de Maré,
Cobe Pá, Aricobé, Cobé, Paí."
Gregorio de Matos (apud MENDES, 1996,p. 202-3)
Segundo o pesquisador Solon Santos "Nestes versos do soneto satírico “Aos principais da Bahia chamados os Caramurus”, Gregório de Matos (1636-1696) ridiculariza uma figura típica da sociedade baiana seiscentista, os Caramurus, que, de ascendência mestiça, afirmavam serem ascendentes puros de europeus e assumiam os ares de fidalguia. O poeta “Boca do Inferno” os menosprezava por descenderem da união entre índias e brancos, chamando-os inicialmente de paiaiá. A etnia indígena Payayá deu muito que falar durante o século XVII devido à sua resistência armada e dissimulada diante do projeto de colonização. Essa condição de “índios bravos” se infere no próprio soneto de Gregório de Matos, no qual ele usa não apenas um etnônimo, mas uma noção historicamente construída de inconstância, ferocidade e resistência ao “processo colonizador”. "
Os professores e livros escolares não tratam das Guerras do Recôncavo baiano ou Guerras contra os Gentios Bárbaros (os brancos vieram estuprar, roubar e matar mas a história oficial considera as vítimas inocentes de bárbaras).
O escritor Juvenal Payayá faz uma reflexão, fundamentada na Filosofia da Ciência, sobre as ciências no poema "Teorema", da obra "Nheenguera" - O recado. A partir do poema de Juvenal, se deduz que as ciências ensinadas nas escolas e universidades são falhas e não compreendem a realidade da América e em especial do Brasil:
TEOREMA
A confiança,
- como teorema -
Por mais
Certeza adquirida
No postulado
É necessário
A demonstração
Da concisa à clara.
A fé sedutora
É paradoxal:
Difusa e concisa,
Sua embriaguez
Não é explícita.
Ao incrédulo cabe
A tarefa de reconstruir,
Depois da maré alta,
Os passos pela areia.
Juvenal Payayá
"Mais velha que a freguesia de Cachoeira, a freguesia de Santiago do Iguape (hoje distrito de Cachoeira) foi criada nos últimos anos do século XVI com o nome de Paraguaçu. (...) Suas águas férteis atráiam os índios Paiaiás para pescarias até a segunda metade do século XVII. O medo de ataques indígenas está expresso na arquitetura regional mais antiga ( Capela de Nossa Senhora da Pena, por exemplo)."
No recôncavo baiano, os invasores portugueses tiveram primeiro contato com "os índios Maracás, também chamados Paiaiá ou Maracanassu já habitavam o vale quando os primeiros colonizadores, o fidalgo português, Paulo Dias Adorno e Rodrigues Martins, componentes da expedição de Martim Afonso de Souza (que chegou à Bahia em 1531, com a tarefa de estimular o cultivo da cana-de-açúcar), estabeleceram-se às margens do rio Paraguaçu. Aí, Dias Adorno construiu residência, senzala, engenho e a capela de Nossa Senhora do Rosário. Assim surgiu a povoação que se tornaria, um século depois, a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, importante porto fluvial e ponto inicial das estradas para os sertões de Minas Gerais, Piauí e Maranhão e para as lavras diamantinas.
Os engenhos e as fazendas de gado foram surgindo aos poucos e a vila ganhou importância econômica com as culturas do fumo e da cana-de-açúcar, sendo o segundo município instalado no Recôncavo Baiano. A ligação entre o Recôncavo e o sertão unindo duas riquezas, o gado e o ouro, consolidou a importância econômica de Cachoeira."
As tropas da capitania (depois província) da Bahia, que perseguiam os "índios" do recôncavo baiano à Chapada Diamantina, pediram ajuda aos paulistas para conseguirem derrotar e tomarem as terras da região.
livro "As Excelências do Governador" |
As gerações atuais herdaram o sofrimento das passadas. Até hoje, a população brasileira, principalmente os brancos e pretos, cuida de negar a existência dos "índios" porque a presença deles coloca em ameaça o domínio das terras... através dos roubos. Roubaram as terras do povo Payayá, por isso, muitos dos seus ascendentes vivem nas cidades, principalmente, entre o recôncavo baiano, a Chapada Diamantina até o rio São Francisco. Clique aqui.
A promessa de vida melhor na cidade serviu apenas para tirarem os "índios" de suas terras. O escritor Juvenal Payayá denuncia na obra "Nheenguera" - O recado - a sobrevivência degradante dos "índios" fora de suas terras:
Que adianta terra molhada com marcação?
Quem manda na terra manda na vida...!
É preferível sofrer, livre no sertão
A ser escravo na terra prometida!
A promessa de vida melhor na cidade serviu apenas para tirarem os "índios" de suas terras. O escritor Juvenal Payayá denuncia na obra "Nheenguera" - O recado - a sobrevivência degradante dos "índios" fora de suas terras:
Que adianta terra molhada com marcação?
Quem manda na terra manda na vida...!
É preferível sofrer, livre no sertão
A ser escravo na terra prometida!
Juvenal Payayá
Não bastavam as invasões e doenças, os invasores brancos além de destruirem as famílias dos "índios" usaram nas guerras como descartáveis para garantirem seus interesses. Clique aqui. Assim, os "índios" se destruíam e as terras ficavam sem donos, eles tomavam posse. Os "índios" também enfrentaram a infiltração - mais forçada que consentida - dos brancos e pretos em seu núcleo familiar. Ainda usaram da religião (a bíblia) para dominarem os povos originais.
Até hoje, o cristianismo é uma arma de desapropriação dos "índios" das suas terras.
As igrejas fizeram os "índios" abandonarem suas terras para os brancos. As perseguições, matanças, escravização e a evangelização dos "índios" produziram a multidão de miserável atual, formada por ascendentes da mistura entre "índios", brancos e pretos. Tomaram as terras e empurraram os ascendentes "indígenas" para viverem na pobreza em volta das igrejas. Sobrevivendo na situação de "indígena" urbano (nasce na cidade) ou "indígena" no contexto urbano (migra para viver na cidade). Clique aqui. Rezando para disfarçarem o tormento mental gerado pela vida miserável que levam.
Até hoje, o cristianismo é uma arma de desapropriação dos "índios" das suas terras.
As igrejas fizeram os "índios" abandonarem suas terras para os brancos. As perseguições, matanças, escravização e a evangelização dos "índios" produziram a multidão de miserável atual, formada por ascendentes da mistura entre "índios", brancos e pretos. Tomaram as terras e empurraram os ascendentes "indígenas" para viverem na pobreza em volta das igrejas. Sobrevivendo na situação de "indígena" urbano (nasce na cidade) ou "indígena" no contexto urbano (migra para viver na cidade). Clique aqui. Rezando para disfarçarem o tormento mental gerado pela vida miserável que levam.
Ana Paula, UNEB |
"Durante as décadas de 50, 60 e 70 do século XVII são organizadas várias jornadas ao sertão do Recôncavo baiano, principalmente comandadas por paulistas, para combater os índios que estavam atacando as vilas da região, principalmente as de Cairú, Camamu e Boipeba. A maior parte da documentação pesquisada para a região do sertão do Recôncavo baiano neste período não fornece etnônimos para os povos envolvidos nos conflitos, tratados genericamente como o “gentio bárbaro” que ataca as vilas, plantações e fazendas dos moradores. No entanto, alguns são citados, como os Topin, os PAIAIÁ e os Maracá. Os Paiaiá aldeados na serra da Jacobina vão ser transferidos para a serra do Orobó para servirem de muralha contra os ataques ao Recôncavo e também auxiliarão nos combates contra os Maracá. Depois de um período de aparente calmaria, voltam a aparecer na documentação pesquisada conflitos na região do Recôncavo, a partir das primeiras décadas do século XVIII, principalmente entre 1719 e 1722. Neste período foram encontradas várias cartas do governador geral do Estado do Brasil solicitando índios para a “Guerra dos Bárbaros” na região. No mesmo período são também pedidos índios para a “Guerra dos Bárbaros” no sertão do São Francisco e no Piauí, o que aponta para uma generalização dos conflitos do ponto de vista espacial, que passam a ocorrer em várias regiões neste momento." Ricardo Pinto de Medeiros – UFPB.
Ana Paula, UNEB |
Segue dois trechos do livro "História dos índios no Brasil", organizado por Manuela Carneiro da Cunha, sobre os "índios" do recôncavo baiano. Detalhes, Clique aqui.
O povo Payayá continua presente na região. Além da presença dos ascendentes espalhados na região existem outros elementos vivos. Ascendentes do povo Payayá criaram grupo no facebook para localizar e unir os parentes na região: Payayá no Paraguassu (clique aqui). Um povo existe através da sua cultura. O Vocabulário da língua do povo Payayá continua vivo e usado por seus ascendentes na região nomes de: vegetação (kaatynga), rios (jacuype, paraguassu, curumatay), plantas (Milho, Mandioca, Jenipapo, Licuri, Gameleira, Caju, Umbu...), animais (jacu...), municípios ou comunidades (Ipecaetá, Tinguatiba, Anguera, Ipuaçu, Ipirá, Itaberaba, Irará, Itapororocas...).
"O município de Antonio Cardoso, por sua natureza sociocultural, política e econômica, guarda importantes heranças dos povos (...) indígenas (...), que se traduzem em linguagens, fatos históricos, religiosidade, saberes e fazeres, esses aspectos estão intimamente ligados ao cotidiano das pessoas, construindo identidades e formando o manancial cultural deste lugar. (...) O território de Antonio Cardoso era povoado por grupos indígenas, a exemplo dos Paiaiás (...), muitos desses povos ocupavam a região onde hoje localiza-se o Distrito de Oleiro, ficou como legado desses povos a cerâmica artesanal que ali se produz. Também os dois rios expressivos que banham o município trazem a herança indígena em seus nomes: Paraguaçu – que em Tupi significa grande rio e Jacuípe - rio dos jacus." Plano Municipal de Cultural de Antonio Cardoso
Vários municípios da região das bacias do Paraguassu e Jacuype possuem ascendentes do povo Payayá. Segue abaixo alguns municípios da região que tratam do povo Payayá na sua história:
"Os índios Maracás, também chamados Paiaiá ou Maracanassu já habitavam o vale quando os primeiros colonizadores (...) estabeleceram-se às margens do rio Paraguaçu. Aí, Dias Adorno construiu residência, senzala, engenho e a capela de Nossa Senhora do Rosário. Assim surgiu a povoação que se tornaria, um século depois, a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira."
Segundo Renato de Andrade Galvão: "As terras do atual município de Antonio Cardoso, como todas as áreas banhadas pelo Rio Jacuípe, foram outrora povoadas pelos Índios Paiaiases. Viveram em lutas continuas e guerras de extermínio com os poderosos Maracazes que dominaram o vale do Paraguassú e as terras úmidas do Jequiriçá. Batidos pelos brancos foram recuando para as bandas de Saúde e Jacobina, legando o nome da tribo na toponimiade várias regiões, o que atesta dispersão."
"Quando os primeiros europeus se fixaram na gleba, que veio a ser o município de Feira de Santana, encontraram-na habitada pelos índios das tribos (...) Paiaiá”.
"O território no qual está situado o nosso Município (Rafael Jambeiro) nos dias de hoje, outrora era habitado pelas tribos indígenas dos Paiaiás."
"A cidade de Serra Preta era uma região primitivamente habitada pelos índios paiaiás."
"A nossa história (Ipecaetá ou Os Patos) começa com os primeiros habitantes do Vale do Paraguaçu (...) habitavam os povos gentios Payayás."
"Região (Anguera) primitivamente habitada pelos índios paiaiá."
"Conta a história que por volta do século XVII viviam nessa região de Santanópolis índios da tribo dos Paiaiás."
"Até o século XVII, a região (Irará) era habitada pelos índios paiaiás, um subgrupo dos índios quiriris."
Segundo o IBGE, a região dos municípios de Baixa Grande e Macajuba era primitivamente habitada pelos índios paiaiás. Ambos municípios são próximos ao município de Ipirá que também é povoado pelo povo (indígena) Payayá.
"A história de Itaberaba remonta às mais antigas bandeiras, ainda no século XVI, que encontraram aqui, primeiro, os índios maracás (Payayá) que dominavam o vale médio do rio Paraguaçu. Segundo o historiador itaberabense, professor Epitácio Pedreira de Cerqueira, em sua obra “Pedra que Brilha”, afirma que: “Eram índios fortes, valentes, guerreiros e bons cantores, robustos e bem acondicionados, não eram sanguinários nem antropófagos e se tomavam alguns contrários não os matavam (…) Traziam os cabelos crescidos até as orelhas (…) Eram polígamos, viviam em aldeias e dormiam em redes”."
Nos municípios de Utinga, Morro do Capéu, Jacobina, Tapiramutá, Saúde e toda a região da chapada diamantina é uma região de domínio do povo Payayá.
No município de Nova Soures existe um distrito denominado Payayá por ter originado pelos seus moradores originais. No estado de Sergipe, município de Cristinápolis também tem uma comunidade e fazenda com o nome Payayá.
"O MEU PAIAIA
A Chapada Diamantina é uma região do povo Payayá. Os ascendentes do povo Payayá continuam morando na região dos seus ancestrais: do recôncavo baiano à Chapada. A Chapada Diamantina é o farol que ilumina e guia o Recôncavo Baiano.
Curiosidades: revoltas "indígenas" contra a dominação dos brancos no Brasil e EUA
Gameleira, árvore sagrada para o povo Payayá, Antonio Cardoso |
"O município de Antonio Cardoso, por sua natureza sociocultural, política e econômica, guarda importantes heranças dos povos (...) indígenas (...), que se traduzem em linguagens, fatos históricos, religiosidade, saberes e fazeres, esses aspectos estão intimamente ligados ao cotidiano das pessoas, construindo identidades e formando o manancial cultural deste lugar. (...) O território de Antonio Cardoso era povoado por grupos indígenas, a exemplo dos Paiaiás (...), muitos desses povos ocupavam a região onde hoje localiza-se o Distrito de Oleiro, ficou como legado desses povos a cerâmica artesanal que ali se produz. Também os dois rios expressivos que banham o município trazem a herança indígena em seus nomes: Paraguaçu – que em Tupi significa grande rio e Jacuípe - rio dos jacus." Plano Municipal de Cultural de Antonio Cardoso
Vários municípios da região das bacias do Paraguassu e Jacuype possuem ascendentes do povo Payayá. Segue abaixo alguns municípios da região que tratam do povo Payayá na sua história:
"Os índios Maracás, também chamados Paiaiá ou Maracanassu já habitavam o vale quando os primeiros colonizadores (...) estabeleceram-se às margens do rio Paraguaçu. Aí, Dias Adorno construiu residência, senzala, engenho e a capela de Nossa Senhora do Rosário. Assim surgiu a povoação que se tornaria, um século depois, a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira."
Segundo Renato de Andrade Galvão: "As terras do atual município de Antonio Cardoso, como todas as áreas banhadas pelo Rio Jacuípe, foram outrora povoadas pelos Índios Paiaiases. Viveram em lutas continuas e guerras de extermínio com os poderosos Maracazes que dominaram o vale do Paraguassú e as terras úmidas do Jequiriçá. Batidos pelos brancos foram recuando para as bandas de Saúde e Jacobina, legando o nome da tribo na toponimiade várias regiões, o que atesta dispersão."
"Quando os primeiros europeus se fixaram na gleba, que veio a ser o município de Feira de Santana, encontraram-na habitada pelos índios das tribos (...) Paiaiá”.
"O território no qual está situado o nosso Município (Rafael Jambeiro) nos dias de hoje, outrora era habitado pelas tribos indígenas dos Paiaiás."
"A cidade de Serra Preta era uma região primitivamente habitada pelos índios paiaiás."
"A nossa história (Ipecaetá ou Os Patos) começa com os primeiros habitantes do Vale do Paraguaçu (...) habitavam os povos gentios Payayás."
"Região (Anguera) primitivamente habitada pelos índios paiaiá."
"Conta a história que por volta do século XVII viviam nessa região de Santanópolis índios da tribo dos Paiaiás."
"Até o século XVII, a região (Irará) era habitada pelos índios paiaiás, um subgrupo dos índios quiriris."
Segundo o IBGE, a região dos municípios de Baixa Grande e Macajuba era primitivamente habitada pelos índios paiaiás. Ambos municípios são próximos ao município de Ipirá que também é povoado pelo povo (indígena) Payayá.
"A história de Itaberaba remonta às mais antigas bandeiras, ainda no século XVI, que encontraram aqui, primeiro, os índios maracás (Payayá) que dominavam o vale médio do rio Paraguaçu. Segundo o historiador itaberabense, professor Epitácio Pedreira de Cerqueira, em sua obra “Pedra que Brilha”, afirma que: “Eram índios fortes, valentes, guerreiros e bons cantores, robustos e bem acondicionados, não eram sanguinários nem antropófagos e se tomavam alguns contrários não os matavam (…) Traziam os cabelos crescidos até as orelhas (…) Eram polígamos, viviam em aldeias e dormiam em redes”."
Nos municípios de Utinga, Morro do Capéu, Jacobina, Tapiramutá, Saúde e toda a região da chapada diamantina é uma região de domínio do povo Payayá.
No município de Nova Soures existe um distrito denominado Payayá por ter originado pelos seus moradores originais. No estado de Sergipe, município de Cristinápolis também tem uma comunidade e fazenda com o nome Payayá.
No município vizinho de Santo Estevão existe o distrito Paiaiá, sua origem provável foi uma aldeia dos ancestrais do povo Payayá.
Distrito santoestevense de Paiaiá |
"O MEU PAIAIA
Exatamente a 165 quilometro de distância da capital do estado, se encontra o distrito de Paiaia, do municipio de Santo Estevão.
Paiaia que nos lmbra pessoas que marcaram aquela localidade.
Paiaia que nos lembra o presidente Lula, que lá esteve para comemorar o .luz para todos
Paiaia que nos lembra "Eu me rendo¨,do professor Orlando Santiago.
Paiaia, de Antonio de Oliveirea Rocha, de Tereza Rocha,
Paiaia de tantas outras pessoas, que por aqui passaram, que por aqui viveram e por aqui fazem falta.
Lídio, Bembem, Martim Moreira...
Paulo de Delfina.
Tia Edite, que por não ter filhos todos os seus sobrinhos, a teve como mãe.
É o meu paiaia da festa de Dezembro e da festa de nossa senhora da Piedade
...É o paiaia de dona Carmem que hoje está no céu.
É o paiaia de gente que está no Paiaia, é o paiaia de gente mora fora do paiaia.
É o paiais de um homem chamado Caló
É o paiaia de Ubaldino de Oliveira Rocha, qua tanta falta faz"
Paiaia que nos lmbra pessoas que marcaram aquela localidade.
Paiaia que nos lembra o presidente Lula, que lá esteve para comemorar o .luz para todos
Paiaia que nos lembra "Eu me rendo¨,do professor Orlando Santiago.
Paiaia, de Antonio de Oliveirea Rocha, de Tereza Rocha,
Paiaia de tantas outras pessoas, que por aqui passaram, que por aqui viveram e por aqui fazem falta.
Lídio, Bembem, Martim Moreira...
Paulo de Delfina.
Tia Edite, que por não ter filhos todos os seus sobrinhos, a teve como mãe.
É o meu paiaia da festa de Dezembro e da festa de nossa senhora da Piedade
...É o paiaia de dona Carmem que hoje está no céu.
É o paiaia de gente que está no Paiaia, é o paiaia de gente mora fora do paiaia.
É o paiais de um homem chamado Caló
É o paiaia de Ubaldino de Oliveira Rocha, qua tanta falta faz"
A Chapada Diamantina é uma região do povo Payayá. Os ascendentes do povo Payayá continuam morando na região dos seus ancestrais: do recôncavo baiano à Chapada. A Chapada Diamantina é o farol que ilumina e guia o Recôncavo Baiano.
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