Payayá de Utinga / Fonte: Fernando Carneiro |
A civilização ocidental usa o continente europeu como modelo. Mas não se pode afirmar que a população europeia se constitui de um único povo ou etnia (grupo humano que possui as mesmas características físicas, históricas e socioculturais).
Mais informações: ascendentes Payayá na região
Na Europa existem várias etnias com características especificas como os povos germânicos, eslavos, celtas, latinos entre outros. Ainda cada etnia se subdivide em outros grupos. Esse mesmo fenômeno cultural ocorre com a população dos índios da América, com os habitantes da África, da Oceânia e da Ásia.
Mas a dominação das etnias europeias insiste em eliminar os povos dos outros continentes, como vem ocorrendo no Brasil, desde a invasão colonial aos dias atuais. Apenas para tomarem posse das terras. Algumas etnias indígenas do Brasil já foram destruídas totalmente e outras ainda resistem a dominação do Império brasileiro. O povo Payayá é um exemplo de luta pela sobrevivência. O povo Payayá está presente em Sergipe, principalmente no município de Cristinápolis, e em San Antonio - Texas (Estados Unidos).
Segundo o site indiosonlines "os Payayá foram perseguidos por fazendeiros, mineradores, bandeirantes e
autoridades em geral. Suas mulheres foram tomadas, estupradas, os
homens foram dizimados. [...] A família que não
trocava de nome sofria as sanções da polícia da época [...] a gameleira era a árvore sagrada para os Payayá. Quando foram forçados a
trocar de nome eles adotaram o nome da árvore sagrada daí o nome de
Yayá Gameleira".
Alguns pesquisadores, talvez, mal fundamentados dizem que Payayá e Maracá são dois povos. Outros defendem que é um povo só. O antropólogo "OTT (1958) que salienta, em sua obra Pré-História da Bahia, que os Payaya eram, na verdade
"[...] os Maracá, que 1586, já são mencionados. [...] Ocupavam o vale do Paraguassu, a serra do Sincorá, [...] ora Paiaia, ou ainda Maracanassu, o que significa a grande nação dos Maracá. Geralmente os índios residentes ao sul do Paraguassu eram denominados Maracá, sendo os que habitavam ao norte deste rio mais comumente desginados por Payayá. (OTT, 1958, p. 19)"
(...) os que devemos buscar conhecer são os indígenas habitantes históricos do lugar: os Payayá, Que MORAES FILHO (2002), salienta que [...] Sobre os Payayá é descrita a festa de Eraquidzã ou Varaquidrã e seus pajés Visamus, os rituais funerários antropofágicos, os ornamentos de folhas das mulheres, o costume de depilar completamente o corpo, inclusive sobrancelhas e pestanas, as plumas de muitas cores (MORAES FILHO, 2002)."
ERISVALDO SANTOS SOUZA. MUSEU VIRTUAL DA BATA DO FEIJÃO: DA ROÇA PARA A ESCOLA. Uneb, 2017.
Nesta citação de OTT fica evidente que para ele Payayá e Maracá é um povo só. Se dividiram a partir da obra dele fizeram uma interpretação equivocada. Ele argumenta que, talvez, este povo recebe "pseudodenominações" apenas por causa da região que vive.
Existe muita confusão nas pesquisas sobre os povos nativos. Principalmente por não existir obras escritas pelos próprios povos nativos. Os brancos deram a interpretação conforme os próprios interesses. Tudo precisa ser analisado com cuidado e minúcia.
A antropóloga Maria Rosário Carvalho defende que "fazia parte da política colonial reunir indígenas em missões na tentativa de convertê-los ao catolicismo e se apropriar de sua força de trabalho e de seu conhecimento. Esse confinamento em aldeamentos liberou terras de nativos para a ocupação colonial que avançou rumo ao interior. Os indígenas aldeados sofriam pressão sobre seus hábitos tradicionais, muitas vezes proibidos, sobretudo os ligados à cosmologia [explicação para a origem do universo. Os padres introduziram nos índios a ideia que o mundo foi criado pelo deus judaico-romano (cristão)].
No Nordeste, o governo incentivou a miscigenação em busca da transformação dos indígenas em caboclos [do Tupy, caa-boc, significa "o que vem da floresta". No português, tem vários significados, um deles se refere a uma pessoa que é filha de branco e indígena]. [...] Com o fim dos aldeamentos, essas áreas foram anexadas às vilas ou adquiridas por proprietários, e os indígenas ficaram novamente sem essas terras."
A etnia Payayá habitava do litoral do recôncavo baiano à Chapa Diamantina. Atualmente corresponde aos territórios baiano de identidade Litoral Norte e Agreste Baiano, Chapada Diamantina, Piemonte do Paraguaçu, Bacia do Jacuípe, Recôncavo, Portal do Sertão e Piemonte de Diamantina. Todos os municípios desses territórios, provavelmente, tem descendentes do povo Payayá. Veja mais clique aqui.
Mais informações: ascendentes Payayá na região
Na Europa existem várias etnias com características especificas como os povos germânicos, eslavos, celtas, latinos entre outros. Ainda cada etnia se subdivide em outros grupos. Esse mesmo fenômeno cultural ocorre com a população dos índios da América, com os habitantes da África, da Oceânia e da Ásia.
Mas a dominação das etnias europeias insiste em eliminar os povos dos outros continentes, como vem ocorrendo no Brasil, desde a invasão colonial aos dias atuais. Apenas para tomarem posse das terras. Algumas etnias indígenas do Brasil já foram destruídas totalmente e outras ainda resistem a dominação do Império brasileiro. O povo Payayá é um exemplo de luta pela sobrevivência. O povo Payayá está presente em Sergipe, principalmente no município de Cristinápolis, e em San Antonio - Texas (Estados Unidos).
Gameleira na Praça de Antonio Cardoso |
Alguns pesquisadores, talvez, mal fundamentados dizem que Payayá e Maracá são dois povos. Outros defendem que é um povo só. O antropólogo "OTT (1958) que salienta, em sua obra Pré-História da Bahia, que os Payaya eram, na verdade
"[...] os Maracá, que 1586, já são mencionados. [...] Ocupavam o vale do Paraguassu, a serra do Sincorá, [...] ora Paiaia, ou ainda Maracanassu, o que significa a grande nação dos Maracá. Geralmente os índios residentes ao sul do Paraguassu eram denominados Maracá, sendo os que habitavam ao norte deste rio mais comumente desginados por Payayá. (OTT, 1958, p. 19)"
(...) os que devemos buscar conhecer são os indígenas habitantes históricos do lugar: os Payayá, Que MORAES FILHO (2002), salienta que [...] Sobre os Payayá é descrita a festa de Eraquidzã ou Varaquidrã e seus pajés Visamus, os rituais funerários antropofágicos, os ornamentos de folhas das mulheres, o costume de depilar completamente o corpo, inclusive sobrancelhas e pestanas, as plumas de muitas cores (MORAES FILHO, 2002)."
ERISVALDO SANTOS SOUZA. MUSEU VIRTUAL DA BATA DO FEIJÃO: DA ROÇA PARA A ESCOLA. Uneb, 2017.
Nesta citação de OTT fica evidente que para ele Payayá e Maracá é um povo só. Se dividiram a partir da obra dele fizeram uma interpretação equivocada. Ele argumenta que, talvez, este povo recebe "pseudodenominações" apenas por causa da região que vive.
Existe muita confusão nas pesquisas sobre os povos nativos. Principalmente por não existir obras escritas pelos próprios povos nativos. Os brancos deram a interpretação conforme os próprios interesses. Tudo precisa ser analisado com cuidado e minúcia.
No município de Antonio
Cardoso tem várias Gameleiras pelo território e três na praça do distrito de
Umburanas, uma delas é gigante. Existe também uma comunidade próxima da
Caboronga chamada Gameleira, nas margens do rio Jacuípe e próxima do distrito
feirense de Ipuaçu, não se sabe se recebeu esse nome por ser habitada pelos
Payayás.
No território tem um povoado chamado Cabana velha. Segundo informações de alguns moradores esse nome origina da existência de várias cabanas dos índios que moravam no local, provavelmente, os Payaya. Ainda afirmam que na comunidade existem algumas grutas de pedras formadas pelos antigos moradores. E que algumas famílias das comunidades entre os distritos de Oleiro e Poço como Cabana e Mangabeira possuem descendência indígena.
Ainda não se sabe o local que os índios da região enterravam seus familiares, embora, se tem notícia de um cemitério em uma fazenda próximo do distrito Poço. Mas não se sabe se só enterrava índios ou negros ou se eram o local que os senhores de escravos enterravam os índios e negros que eles mataram no período colonial.
A situação de pobreza que a maioria da população do município se encontra resulta da descendência indígena ou preta. Pois os brancos e alguns pretos tomaram posse da terra enquanto os descendentes indígenas, além de terem sua família destruída, ficaram sem nenhum meio de sobrevivência.
As famílias que tem descendência indígena no município de Antonio Cardoso precisam reconhecerem suas origens para valorizarem sua história e lutarem contra o abandono governamental. Visando cobrarem projetos dos governos para reduzirem a situação de pobreza que sobrevivem. Além de lutarem pelo direito a terra que roubaram de seus ancestrais. Enquanto continuarem abandonando suas raízes continuarão escravos da pobreza e dominados por políticos corruptos, além de serem usados nas eleições para garantirem confortos para muitos que nem moram no município.
No território tem um povoado chamado Cabana velha. Segundo informações de alguns moradores esse nome origina da existência de várias cabanas dos índios que moravam no local, provavelmente, os Payaya. Ainda afirmam que na comunidade existem algumas grutas de pedras formadas pelos antigos moradores. E que algumas famílias das comunidades entre os distritos de Oleiro e Poço como Cabana e Mangabeira possuem descendência indígena.
Ainda não se sabe o local que os índios da região enterravam seus familiares, embora, se tem notícia de um cemitério em uma fazenda próximo do distrito Poço. Mas não se sabe se só enterrava índios ou negros ou se eram o local que os senhores de escravos enterravam os índios e negros que eles mataram no período colonial.
A situação de pobreza que a maioria da população do município se encontra resulta da descendência indígena ou preta. Pois os brancos e alguns pretos tomaram posse da terra enquanto os descendentes indígenas, além de terem sua família destruída, ficaram sem nenhum meio de sobrevivência.
As famílias que tem descendência indígena no município de Antonio Cardoso precisam reconhecerem suas origens para valorizarem sua história e lutarem contra o abandono governamental. Visando cobrarem projetos dos governos para reduzirem a situação de pobreza que sobrevivem. Além de lutarem pelo direito a terra que roubaram de seus ancestrais. Enquanto continuarem abandonando suas raízes continuarão escravos da pobreza e dominados por políticos corruptos, além de serem usados nas eleições para garantirem confortos para muitos que nem moram no município.
A antropóloga Maria Rosário Carvalho defende que "fazia parte da política colonial reunir indígenas em missões na tentativa de convertê-los ao catolicismo e se apropriar de sua força de trabalho e de seu conhecimento. Esse confinamento em aldeamentos liberou terras de nativos para a ocupação colonial que avançou rumo ao interior. Os indígenas aldeados sofriam pressão sobre seus hábitos tradicionais, muitas vezes proibidos, sobretudo os ligados à cosmologia [explicação para a origem do universo. Os padres introduziram nos índios a ideia que o mundo foi criado pelo deus judaico-romano (cristão)].
No Nordeste, o governo incentivou a miscigenação em busca da transformação dos indígenas em caboclos [do Tupy, caa-boc, significa "o que vem da floresta". No português, tem vários significados, um deles se refere a uma pessoa que é filha de branco e indígena]. [...] Com o fim dos aldeamentos, essas áreas foram anexadas às vilas ou adquiridas por proprietários, e os indígenas ficaram novamente sem essas terras."
Gameleira em latifúndio de Antonio Cardoso |
Os Payayás sempre foram tratados na região como uma etnia extinta para garantir os interesses dos fazendeiros e da religião cristã. Hoje, os remanescentes dos índios Payayás vivem atualmente no município de Utinga, Morro do Chapéu, Jacobina, Saúde, Tapiramutá e em vários municípios baianos da Chapada Diamantina e espalhados pelo Brasil. Segundo dados do SESAI / 2011, na Bahia tem 60 índios Payayá sem contar os descendentes com brancos, pretos, ...
Payayá de Morro do Chapéu / Fonte: Léo Barbosa |
Mons. Renato de Andrade Galvão defende que "as terras do atual município de Antonio
Cardoso, como todas as áreas banhadas pelo Rio Jacuípe, foram outrora
povoadas pelos Índios Paiaiases. Viveram em lutas continuas e guerras de
extermínio com os poderosos Maracazes que dominaram o vale do
Paraguassú e as terras úmidas do Jequiriçá. Batidos pelos brancos foram
recuando para as bandas de Saúde e Jacobina, legando o nome da tribo na
toponimiade várias regiões, o que atesta dispersão."
É provável que todos os municípios da região de Feira de Santana foram habitados pelos Payayá. Na região do atual município de Antonio Cardoso (antigo Jacuípe, depois Umburanas), os invasores portugueses tomaram posse das terras após vencerem as guerras com os índios Payayás.
livro sobre os Payayás |
As terras da região que eram dos indígenas hoje são dominadas por políticos, juízes, promotores, delegados, médicos, advogados, igrejas...Enquanto isso os índios e descendentes sobrevivem em situação degradante. Qual autoridade dessa vai reconhecer e garantir os direitos indígena e descendentes pela sua terra?
Os Payayás deixaram como legado na região a herança genética dos descendentes, o artesanato de barro (distrito de Oleiro), a denominação de rios e comunidades como os rios Paraguaçu e Jacuípe, o distrito feirense de Ipuaçu, etc. As características físicas dos descendentes dos Payayás do município são parecidos com os remanescentes.
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