domingo, 30 de outubro de 2016

CASAMENTO ou ESCRAVIDÃO?


Não me interpretem mal mas o sentido que tenho sobre o AMOR não aceita nenhuma forma de aprisionamento. Por isso, defendo a poliandria (homem é livre para se relacionar) e a poligenia (mulher é livre para se relacionar). Relacionar livremente não trata de relacionamento desenfreado mas de criar vínculo sincero e que a convivência satisfaça um ao outro. Também não impede se criar um relacionamento estável. Se critica aqui, o convívio agressivo e de fachada e a noção que se seja dono do companheiro (a). Hoje as práticas sexuais são livres, por isso, o relacionamento também deve ser livre. Relacionamento motivado por obrigações, leis e status sociais não é amor mas interesses pessoais. 

O sociólogo Zygmunt Bauman defende que vivemos na época do "amor líquido" e da "modernidade líquida", ambos são obras publicadas, ou seja, tudo estar em transformações constantes, até mesmo, os modos do homem se relacionar. Já para o filósofo Michel Foucault, nas obras "Vigiar e Punir" e "Microfísica do Poder", as instituições do Estado controlam as pessoas pelo vigiar e a punição do corpo. O qual considera uma microfísica do poder

Por outro lado, a filósofa Simone de Beauvoir defende na obra "O segundo sexo", o direito das mulheres serem tratadas socialmente iguais aos homens. Veja o que ela diz

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto o feminino.” BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

A monogamia e o modelo familiar tradicional bíblico oprime e escraviza socioeconomicamente as pessoas. A própria invenção da aliança, a justiça da família, a criação do dia dos namorados, cerimônia de casamento, prostíbulos (bordéis) ou bregas e trafico de mulheres expressam o interesse econômico da atual sociedade sobre o amor. Ambos os modos de relacionamentos são esquizofrênicos e estimulam a violência. Além de incentivarem fazer juramentos ilusórios. Raul Seixas expressa perfeitamente a receita para acabar a violência nos relacionamentos, na canção "medo da chuva". Segue

“É pena, que você pense que eu sou seu escravo, dizendo que eu sou seu marido, e não posso partir [...] quando eu jurei, meu amor eu traí a mim mesmo, hoje eu sei, que ninguém nesse mundo, é feliz tendo amado uma vez”  Raul Seixas

No relacionamento que predomina a obrigação não existe amor. A obrigação aparece através do ciúme. Ciúme é doença por criar a ilusão que se é dono do outro, enquanto, não somos donos nem de nós mesmos. Se um é dono do outro, por que não somos capazes de evitarmos que o (a) amado (a) morra? O verdadeiro amor não se amarra tem asas. Por sua vez, o ciúme é a porta de entrada para todo tipo de violência. Porque ele gera indecisão, desconfiança e desentendimento.

No início do relacionamento se cria um mundo ilusório para encantar o (a) parceiro (a) e ter êxito na conquista. Cada um esconde quanto pode a outra face. Quando os desentendimentos começam aparecer dar-se início a criação de armações para ferrar o outro. Surge as traições, as agressões físicas e psicológicas, queixa policial pela pensão ou atentados a vida e ação judicial para separação de bens. Muitos abafam os conflitos para não serem julgados pela opinião pública. Mas quando os desentendimentos se agravam pode provocarem até assassinatos ou suicídios. Por outro lado, também ocorre a não aceitação da separação e o casal vive em conflitos intermináveis. O processo de separação judicial é demorado e torna uma turbulência na vida das pessoas. O novo código civil brasileiro já reconhece outras formas de relacionamentos, como a união estável (conviver junto) - clique aqui - para facilitar o processo de fim do casamento. Entre morrer para preservar o status da família, é preferível viver e jogar essa moral monogâmica e esquizofrênica no lixo. 

O relacionamento faz sentido se traz saúde para os membros familiares. Ou seja, cada um deve ser livre para ficar com alguém se estiver se sentindo bem, se não, deixe o padre, o pastor e a sociedade dizerem o que quiser. A vida pessoal de cada um não deve satisfação a ninguém. Afinal quem paga suas contas é você e a privacidade é sua e não pertence a terceiros. Para Marx

“A burguesia arrancou à relação familiar o seu comovente véu sentimental e reduziu-a a uma mera relação de dinheiro. [...] Diferenças de sexo e de idade já não tem qualquer validade social para a classe operária. Há apenas instrumentos de trabalho que, segundo a idade e o sexo, tem custos diferentes. [...] O proletário não é proprietário; a sua relação com a mulher e os filhos já nada tem de comum com a relação familiar burguesa. [...] todos os laços de família dos proletários são rasgados e os seus filhos transformados em simples artigos de comércio e instrumentos de trabalho. [...] O burguês vê na mulher um mero instrumento de produção. [...] Os nossos burgueses, não contentes com o fato de que as mulheres e as filhas dos seus proletários estão à sua disposição, para nem sequer falar da prostituição oficial, acham um prazer capital em seduzir as esposas uns dos outros. O casamento burguês é na realidade a comunidade das mulheres casadas. [...] com a supressão das relações de produção atuais desaparece [...] a prostituição oficial e não oficial.” MARX, Karl e ENGELS, Frederich. Manifesto do Partido Comunista

Quando o relacionamento começa gerar transtornos, a situação pode agravar, transformando em problemas sérios de saúde como pressão alta, depressão, coração, AVC entre outros. As vezes, os religiosos ficam sabendo dos conflitos e tentam conciliar para preservarem a família monogâmica bíblica. Que me julguem como quiserem, mas a maioria dos religiosos - defensores da dita família -, não cumprem com seus votos de castidade e confiança que juram. Como podem amenizar conflitos de relacionamentos? 

Hoje, na questão de relacionamento, levo a carreira solo e não tenho receio se as mulheres me rejeitarem por pensar assim. Só lamento e creio que não sou eu que preciso evoluir sobre a compreensão do amor e da família. Mas a sociedade! Só assim não teremos tantas agressões contra as mulheres. Isso ocorre porque se confunde amor com apego e possessão. Quem se prende a tal visão de mundo está pedindo para ser traído e para sofrer. Existe amor em relacionamento que pratica atos cruéis um ao outro? O amor obriga um ficar com o outro? 

COMO VOCÊ COMPREENDE O AMOR?
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