Feira Literária: mais uma forma dos políticos usarem o dinheiro da educação pública para beneficiar empresários

"A primeira Feira do Livro realizada no estado da Bahia completa maioridade em 2025. Sua primeira denominação encontra paralelo na origem da cidade Princesa, numa referência direta à antiga feira-livre e à feira do gado, traduzindo muito das feições culturais do povo feirense, resultado das relações entre gentes e práticas que moldaram sua identidade." Mais detalhes aqui. Vários munícipios baianos copiam esta invenção feirense. Observa-se, pelo nome e o contexto de origem, que este evento se atrela mais aos interesses do mercado (veja aqui) do que incentivar a leitura enquanto desenvolvimento humano. Os eventos dos comércios literários cresceram acelerado e transformam mais uma habilidade humana em mercadoria para superfaturarem através do belo nome para tolo aplaudir - ECONOMIA CRIATIVA. Estas feiras tornaram-se mais uma forma dos políticos justificarem os gastos públicos com educação, as vezes para beneficiar empresários financiadores de campanhas eleitorais, sem melhorar na prática a qualidade do ensino público. Basta observar os investimentos enormes dos governos. Somente a Bahia fará “investimento de R$ 24,3 milhões em 81 feiras e festivais até o primeiro semestre de 2026” (veja aqui). Estes eventos viram febre entre muitos políticos enquanto as escolas pouco incentivam a leitura. Alguns municípios tiram dinheiro de outros setores para aplicarem no evento. O investimento público nestes eventos precisa ser equilibrado Dessa forma, o uso de dinheiro público em comércios literárias esconde mais uma forma dos governantes usarem o dinheiro da educação pública para fins ligados ao mercado. Ainda vendem o discurso falso que incentivam leitores como se a obrigação de incentivar a leitura fosse do comércio literário. Considerar o comércio literário como incentivador da leitura consolida o fracasso da educação pública.