sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Igreja Católica: maior opressora na história do atual território do município de Antonio Cardoso-BA, desde 1739.

Igreja do Arcebispado de Feira de Santana
A comunidade de Jacuípe (popular Santo Estêvão Velho) deu início as celebrações em homenagem ao Padroeiro centenário, santo Estêvão, com encerramento previsto para o dia 26/12.
Documento antigo publicado em Portugal comprova que a primeira Paróquia criada no Brasil dedicada ao santo Estêvão foi a do local chamado Jacuípe (distrito da Vila da Cachoeira-BA), mas teve sua história extraviada por volta de 1739, pelos administradores da Igreja Católica que olharam para seus interesses econômicos e ignoraram a identidade histórica da comunidade. 
Os principais responsáveis pelo extravio da história local foram: o Padre José da Costa Almeida (também conhecido por Antonio) e o Arcebispo Dom José Botelho de Matos.
Igreja da cidade de Santo Estevão
Quantas gerações viram seus sonhos castrados? Deus oprime ou liberta o homem? Para os administradores da Igreja Católica na época os moradores de Jacuípe não expressavam nenhum valor, transformando a comunidade no inimigo que deveria ser destruído, conforme os documentos encontrados. 

No entanto, a humildade e a pobreza venceram a arrogância e o anseio dos padres por confortos. A cidade projetada pelo o Deus opressor da Igreja Católica e o governo da Bahia - atual Santo Estêvão-BA - para destruir a comunidade de Jacuípe, prosperou, mas os moradores da comunidade de Jacuípe não abandonaram o que lhes restam de mais digno: o sentimento nobre de não ter ofendido ninguém, porém, tornou-se escravo na história, sendo enganado por aqueles que se dizem representantes de Deus na terra. Mas qual Deus: aquele que já justificou queimar homens na fogueira, lucrar com a escravidão de pretos, dominar os índios para tomar suas terras e destruir suas tradições, apoiou ditaduras em nome de uma família evaporada pelas atitudes dos sacerdotes, usam como mercadoria para garantir empregos de pastores, padres... 
O que faltam fazerem agora em nome desse Deus? Esse Deus exaltado por Jesus, Agostinho de Hipona, Tomas de Aquino e outros expressa a natureza divina universal? Teria se transformado em mais uma invenção de alguns homens para tirarem proveito em benefício pessoal? 

 
Igreja de Jacuípe (Santo Estevão Velho)
Veja o trecho abaixo do livro “Santuário Mariano e História das Imagens Milagrosas de Nossa Senhora” publicado em Portugal (Lisboa) no ano de 1722, refere-se ao atual território do Município de Antonio Cardoso-BA .

“TITULO CXIII
DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO ROSARIO DE JACUIPE (hoje Santo Estevão Velho)
Jacuipe (hoje Santo Estevão Velho) he hum lugar do Certão da Bahia, que dista della vinte, & duas legoas, & da sua Paroquia da Senhora do Rosario da Cachoeyra oyto, porque a ella pertence. Neste sitio levantou o Padre Joaõ de Aragaõ & Araujo hua Ermida, que dedicou a Santo Estevaõ no anno de 1690.
Nesta Ermida collocou depois a devoçaõ dos Pretos cativos huma Imagem da Mãy de Deos com o titulo do Rosario, que he o titulo, a que elles saõ mais cordialmente affeyçoados. Esta Santissima Imagem se vè no Altar mòr daquella Ermida, & nelle a collocáraõ no ano de 1707. He esta Sagrada Imagem muyto pequena, porque naõ passa de dous palmos; mas está com muyta devoçaõ, & com o ornato de manto de seda, & ... Tem sentado sobre o seu braço esquerdo ao Menino Deos e como he muyto moderna, ainda quando se me deu a noticia della, que seria pelos annos de 1714 ainda os Pretos lhe naõ haviaõ feyto festa, & seria porque elles naquelle sitio não seriaõ muytos, & por cativos muyto pobres, & assim da sua muyta pobreza nascerá o naõ lhe poderem fazer festa particular.” 

MARIA, Frei Agostinho de Santa. SANTUÁRIO MARIANO e Historia das Imagens Milagrosas de Nossa Senhora. Salvador: Imprensa Oficial da Bahia, 1949. p. 152 e 153.

História de Estêvão seguidor do Modus Vivendi cristão, morto por continuar seguindo as idéias de Jesus.

Estêvão viveu em uma época que predominava a dominação de Roma, era de origem do povo Judeu (como Jesus) disperso pela diáspora e morava em Jerusalém. Seus ancestrais seguiam as tradições culturais do Antigo Testamento. Tornou-se seguidor do Modus Vivendi (estilo de conduzir a vida) cristão que surgiu a partir das idéias de Jesus, baseado no princípio de repartir diariamente entre si o que era suficiente para o seu sustento e se opor aos desvios de comportamento na sociedade de sua época. Com o aumento da quatidade de seguidores do Modus Vivendi cristão formou-se a primeira Comunidade Cristã, exigindo do núcleo constituído pelos apóstolos organizar o grupo que administraria os bens da comunidade. 
Os apóstolos escolheram sete membros da seita para ficarem encarregados do serviço de assistência diária dos seguidores, esse cargo ficou conhecido por diáconos. Assim relata o livro “Atos dos Apóstolos”, sobre a organização administrativa da primeira comunidade cristã que resultou mais tarde na Igreja Católica e posterior outras ramificações: “ora, naqueles dias crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 
Os apóstolos, então, convocaram a assembléia dos cristãos e disseram: ‘Não nos convém abandonar a Palavra de Deus para servir à mesa. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e sabedoria, e nós os colocaremos na direção deste ofício. Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da palavra’. A proposta agradou a toda a assembléia e foram escolhidos: Estêvão, homem cheio de fé e de Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. Eles foram apresentados aos apóstolos e, depois de terem orado, impuseram-lhes as mãos”. (At 6, 1-6).
Então Estêvão fazia parte dos sete diáconos que haviam sido indicados pelos Apóstolos de cuidarem dos necessitados da comunidade. Entre os administradores da primeira comunidade cristã sobressaiu o jovem Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova. Devido a convicção com os princípios que seguia lhe gerou adversários: “E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava. Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhes proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu. 
Então todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.” (At 6, 8-15). Após ser reconhecido como conspirador pelas tradições do poder romano e do Antigo Testamento ele foi levado a julgamento perante a alta corte de Sinedrim, onde fez um belo discurso em defesa própria (Atos 7). Disse que não estava pregando contra a Lei Sagrada, mas que seus acusadores estavam deixando de obedecer à lei. Como pretexto de sua autodefesa, em discurso longo e enérgico, aproveitou para abalar os preceitos de seus adversários. Primeiramente resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter blasfemado nem contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem contra o Templo. Se propunha a revelar a doutrina social de Jesus como última manifestação de Deus. Em seguida verberou a incredulidade dos judeus, que chamou de homens de dura cerviz e de corações e ouvidos incircuncisos, e que sempre resistiram à voz do Espírito Santo. 
A multidão enfureceu-se e atacou-o. Então os acusadores, levantando um grande clamor, arremeteram unanimemente, com fúria, contra Estêvão “e apedrejaram a Estêvão” nas vizinhanças de Jerusalém pouco tempo depois do assassinato de Jesus, transformando no primeiro mártir cristão, (Atos 7:59). E, com os joelhos dobrados debaixo de uma chuva de pedras, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a cruz: "Senhor, não lhes imputes este pecado. E tendo dito isso, adormeceu.” (Atos 7:60).
Por isso, recebeu o título de protomártir. Seu nome em grego significa “coroa”, e evoca a idéia de martírio, porque nos séculos a seguir a coroa foi símbolo do martírio. Sua convicção é de fundamental importância porque não existe nada de fabuloso ou lendário. Uma testemunha da sua morte foi Saulo, o futuro Paulo, apóstolo dos gentios, que ainda não se havia convertido ao Modus Vivendi (estilo de conduzir a vida) do Cristianismo: “e quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava as capas dos que o matavam”. (Atos 20:22).  
Saulo era um perseguidor dos seguidores de Jesus: “e também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grante pranto. E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.” (Atos 8:1-3).
Estêvão recebem elogios dos companheiros posteriores de seitas pela pureza, zelo a convicção do grupo, firmeza e constância. Sua morte cruel estimulou a adesão de outros ao Modus Vivendi cristão como Saulo que aderiu com o pseudônimo de Paulo. A homenagem a Estêvão, primeiro mártir da Igreja, foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal, mesmo sabendo que ele tenha sofrido o martírio no dia 3 de agosto, data em que é comemorada a descoberta de suas relíquias. Convinha que a festa da natividade de Cristo fosse seguida pela festa natalícia de Estêvão, que foi o segundo da congregação a ser morto. A Igreja Católica e a Igreja da Inglaterra comemoram o dia de Estevão em 26 de dezembro, reconhecendo os feitos para a propagação das idéias de cristo.
 
Segundo o pensador cristão Agostinho de Hipona: “Em Estêvão brilhou a beleza do corpo, a formosura da idade, a eloqüência do discurso, a sabedoria da mente santíssima e a obra da divindade”. Diz também: “Forte coluna de Deus, quando mantido entre as mãos dos lapidadores como se estivesse entre tenazes, consolidava-se ainda mais, ardendo de fé. Foi ferido e arremessado, acorrentado e oprimido, morto mas não vencido”. E ainda disse: “Preste atenção em Estêvão, que era homem como você, pecador como você, redimido da mesma forma que você, e como diácono lia no Evangelho a mesma passagem que você lê ou escuta, e na qual está escrito ‘amem seus inimigos’. Ele aprendeu isso lendo, e realizou obedecendo.”
Fonte: http://www.paroquiasantoestevao.org.br/cont.php?cat=7    27.12.11
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