Chico B. de Holanda é agredido por causa das convicções políticas |
Com as sucessivas agressões, constrangimentos e lixações publicas, pelo Brasil, ás pessoas que defendem o combate a pobreza e a miséria, coloca em ameaça a livre expressão e a escolha democrática garantida pela constituição brasileira. O artista Chico Buarque foi vítima no dia 22.12.15 por causa de suas convicções políticas. No Brasil já não se pensa mais, agride. Tornou-se moda no Brasil agredir por não se fazer parte das mesmas ideias.
Assim dizem: na democracia cada um é livre para votar em quem quiser. Mas, ultimamente, isso não tem sido uma verdade no Brasil. Não quero abordar sobre a polêmica gerada pelo constrangimento público, feito por alguns do centro sul do país, contra a decisão da população do norte/nordeste (pasmem! postura medíocre tanto de quem manifesta quanto de quem revida - o humano supera todo essa limitação). Mas, quero tratar sobre o que se compreende por democracia no Brasil.
Não entendo como algumas pessoas se dizem ser democráticas e ao mesmo tempo fazem críticas a escolha eleitoral feita pelo outro. Só me resta duas coisas: ou cada um não é livre para escolher em quem quer votar - por correr o risco de ser ridicularizado ou lixado publicamente - ou o voto só é democrático quando satisfaz os interesses de uma minoria abastarda - filha da escravidão, do coronelismo e da ditadura.
Só que vislumbro outro horizonte: nem uma coisa, nem outra. Esse discurso que o Brasil é um país democrático não passa de um conto de fadas. Os desdobramentos das eleições presidenciais de 2014 no país nos convidam para uma reflexão curiosa, embora, ignorada por muitos. Ou seja, a democracia brasileira só é respeitada quando os resultados atendem as expectativas de uma minoria dita culta e civilizada.
Não sei quais são os padrões de referências que se utilizam para distinguir o civilizado do incivilizado. Estranhamente, quando o resultado não satisfaz esse público, a manifestação livre passa a ser penalizada como uma expressão bárbara e incivilizada, que deve ser corrigida pelo militarismo ou por meio de um impeachment injustificado. Isso demonstrada que a civilidade de alguns brasileiros se molda nos princípios do favorecimento pessoal.
Além disso, os discursos nobres do seleto grupo dos competentes se fundamentam na segregação social disfarçada. Ainda precisa se questionar o que seja uma republica. Se caso a coisa publica deve favorecer a poucos, então, o Brasil deve ser apenas desse pouco que se autodeclaram culto. Justificando aí os discursos de um grupo sobre o outro.
Só que ainda não disseram qual deve ser o destino daqueles que não se enquadram nesse grupo: o favelado, o nordestino pobre e ignorante, o negro e o indígena esmagado pelos diversos modos de humilhação social - escravidão, coronelismo, ditadura,... Nos restam algumas duvidas. Onde está os fundamentos dessa democracia? Ou melhor, o que sustenta isso que se chama democracia brasileira? Só a minguada opção de votar? Mas, um voto que está as penas do vexame ou constrangimento público garante o inalienável direito do homem viver?
Uma coisa é certa, o Brasil precisa ser reinventado de modo que todos tenham seu espaço antes que um apartheid socioeconomico e étnico nos transformem em escravos da estupidez dos homens de ciências. Resta se desconfiar os estatutos dessa ciência!
Temo que o ódio deixe de ser ao outro e volte contra si mesmo, começando a estimular o próprio suicídio. Só existe democracia quando todos conseguem viver dignamente. Pois enquanto uns vivem e uma multidão vegeta, vivemos a civilização da barbárie.
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