Transtornos mentais: a marca cruel da pobreza, corrupção e divisão da sociedade em classes sociais
quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Um estudo inédito aponta que cerca de 547 mil brasileiros adultos vivem com esquizofrenia, evidenciando que o transtorno está profundamente associado à vulnerabilidade social e econômica no país. A pesquisa, intitulada “A prevalência da Esquizofrenia no Brasil: Vulnerabilidade Social como Consideração Fundamental para o Cuidado e Políticas Públicas”, analisou os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019) e revelou que 0,34% da população adulta apresenta diagnóstico da condição.
Os pesquisadores cruzaram dados de mais de 91 mil adultos, representando 159 milhões de brasileiros, a maior amostra nacional já utilizada para estimar a prevalência de esquizofrenia no país. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e traz evidências robustas sobre como desigualdade, renda, escolaridade e trabalho moldam o cenário da saúde mental no Brasil.
Os dados mostram maior prevalência entre homens, pessoas entre 40 e 59 anos, indivíduos sem emprego formal, com baixa renda e moradores de áreas urbanas, um conjunto de fatores que expõe um cenário de vulnerabilidade estrutural, dificultando o diagnóstico, o tratamento e a inserção social dessas pessoas.
“A esquizofrenia não é apenas uma questão de saúde mental. É também uma questão social. Precisamos de políticas públicas que considerem as condições de vida dessas pessoas”, reforçam os autores.
Desigualdade e exclusão
Embora o número estimado ultrapasse meio milhão de pessoas, pesquisadores alertam que a prevalência real pode ser ainda maior, já que a pesquisa não inclui pessoas em situação de rua ou institucionalizadas, grupos que enfrentam maior risco e menor acesso ao diagnóstico.
O estudo revela ainda que apenas 17,8% dos brasileiros com esquizofrenia possuem emprego remunerado, e mais da metade apresenta baixa escolaridade, fatores que aprofundam o ciclo de exclusão, estigma e pobreza. A literatura médica estima que o transtorno reduz a expectativa de vida em até 15 anos.
No Brasil, onde os determinantes sociais de saúde são marcados pela desigualdade, a ausência de políticas integradas agrava a realidade dessas pessoas.
“A vulnerabilidade social precisa ser tratada como parte central do cuidado em saúde mental. A ausência de políticas integradas contribui para que milhares de brasileiros fiquem à margem do sistema de saúde e da sociedade”, reforçam os pesquisadores.
Os autores defendem o fortalecimento de políticas públicas que integrem saúde, assistência social, educação e trabalho, garantindo acompanhamento contínuo, inclusão social e redução das desigualdades que impactam a vida de quem vive com esquizofrenia.
Medicina
Brasil entre os cincos países com mais pobres
O Brasil ocupa a 5ª posição entre 216 países e territórios em desigualdade de
renda, segundo o Relatório da Desigualdade Global divulgado na 3ª feira
(9.dez.2025) pelo WIL (World Inequality Lab), grupo de pesquisadores liderado
pelo economista francês Thomas Piketty. O estudo revela que os 10% mais ricos do
Brasil concentram 59,1% da renda nacional. Enquanto isso, os 50% mais pobres
ficam com apenas 9,3% da renda. Quem lidera o ranking de desigualdade é a África
do Sul, seguido por Colômbia, México e Chile [...] Em escala global, apenas
56.000 pessoas, equivalente a 0,001% da população mundial, têm patrimônio três
vezes maior que toda a metade mais pobre do planeta, correspondente a 2,8
bilhões de adultos. Em quase todas as regiões do mundo, o 1% mais rico detém
sozinho mais riqueza do que os 90% mais pobres juntos. O relatório indica que
cerca de 1% do PIB mundial flui anualmente dos países mais pobres para os mais
ricos por meio de transferências líquidas de renda associadas a rendimentos e
aplicações.
Poder
Pobreza causa loucura (Leia clicando aqui)
Feira Literária de Antônio Cardoso mantém programação com predominância do afrocentrismo
domingo, 30 de novembro de 2025
Desde a primeira edição, a Feira Literária de Antônio Cardoso - FLIAC, vem
repetindo uma programação focada no afrocentrismo. A primeira homenageou o
artista Bule Bule, o tema da segunda foi "A poesia na cor e a cultura na alma: A
África da gente, as gentes da África - Os Griôs" e a terceira trouxe o tema:
"Identidade em palavras: Memória, ancestralidade, saberes e fazeres". Toda a
programação destas feiras predominou nas mesas a questão da
cultura-afrobrasileira. Na terceira edição apareceu algo curioso: o mascote da
campanha do atual prefeito foi considerado mascote da feira literária como
consta no card do evento ao lado.
Feira literária enquanto ramo do mercado criativo (clique aqui)
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